Você sabe o que é patrimônio? Estudar e aprender mais sobre gestão empresarial é fundamental para o sucesso de um negócio (seja ele físico ou virtual). Afinal, não basta coragem e dedicação para empreender, é preciso se aperfeiçoar e buscar entender questões que podem afetar o seu crescimento.
O que acontece é que nem sempre o conceito de patrimônio fica claro para todos os empreendedores e, por isso, preparamos este post. Separamos algumas informações importantes e, ao final da leitura, esperamos que você esteja pronto para gerir melhor suas finanças e bens.
Ficou interessado? Continue com a leitura para aprender um pouco mais!
O que é patrimônio?
Dentre os diversos conhecimentos e habilidades esperadas de um empreendedor, aqueles que estão relacionados à contabilidade costumam gerar muitas dúvidas, especialmente quando não se tem muito conhecimento e experiência na área.
O conceito de patrimônio pode ser uma de suas dúvidas, mas não é nenhum “bicho de sete cabeças”.
Na verdade, podemos definir o patrimônio de uma empresa como o conjunto de bens, obrigações e direitos do seu negócio. Não entendeu muita coisa? Vejamos um exemplo: você possui uma empresa e adquiriu computadores, maquinário, possui uma boa quantia em conta, estoque abastecido, alguns empréstimos a pagar e alguns saldos a receber. Tudo isso faz parte do seu patrimônio:
bens: máquinas e estoque, por exemplo;
obrigações: contas a pagar e empréstimos, por exemplo;
direitos: contas a receber
Portanto, aqui já solucionamos uma grande dúvida dos empreendedores: o patrimônio não é composto apenas de saldos positivos. As obrigações também estão inseridas nesse conceito.
Há alguma diferença entre o patrimônio empresarial e pessoal do empreendedor?
É extremamente importante que você compreenda que o patrimônio da empresa não se confunde com o patrimônio do seu proprietário. Essa, aliás, é uma regra básica da gestão empresarial, posto que misturar essas finanças e bens geraria complicações a longo prazo.
Por esse motivo, o ideal é que os registros contábeis de seu negócio contenham apenas dados referentes à empresa e deixe de lado as questões pessoais.
Obviamente, você também pode adotar uma postura mais organizada em sua vida pessoal e realizar o seu controle patrimonial. Mas, lembre-se de não misturá-los.
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E o patrimônio líquido? Qual a diferença entre esses conceitos?
Provavelmente você já deve ter ouvido falar em patrimônio líquido. Aliás, esse é um conceito essencial para o seu dia a dia e para organizar melhor as finanças de sua empresa. Mas, em que ele se diferencia do patrimônio?
A resposta é bem simples! Enquanto o patrimônio é composto por todos aqueles itens (bens, obrigações e direitos), para definir o valor do seu patrimônio líquido, é necessário subtrair as obrigações. Assim:
Patrimônio líquido = bens + direitos – obrigações
Com isso, pode-se afirmar que o patrimônio líquido é tudo aquilo que o empreendedor e seus acionistas possuem na empresa, ou seja, o valor contábil devido por essa pessoa jurídica aos seus proprietários. É preciso ressaltar que a nossa legislação divide o patrimônio líquido da seguinte maneira:
capital social;
reserva de capital;
avaliação patrimonial;
reserva de lucros;
ações;
prejuízos acumulados.
Para que fique ainda mais claro, é interessante definirmos dois conceitos essenciais para esse cálculo: os ativos e passivos empresariais. Veja a seguir:
Ativos e passivos empresariais
Apesar de serem conceitos relativamente simples, não é raro encontrarmos pessoas que confundem ou ignoram todo o conteúdo desses elementos da contabilidade empresarial. E você, sabe do que estamos falando?
De maneira bem didática, o ativo seria tudo aquilo que é capaz de trazer dinheiro para dentro de sua empresa e passivo, ao contrário, seria aquilo que costuma retirar dinheiro de seus caixas.
Essa é apenas uma forma de tornar o entendimento mais simples, já que para a contabilidade o ativo se refere à parte positiva de seu patrimônio e o passivo à parte negativa.
Diante disso, também podemos concluir que, para se encontrar o patrimônio líquido, é necessário subtrair os passivos de seus ativos. Com isso, é possível encontrar aquilo que a empresa realmente possui, ou seja, o que lhe sobra depois de quitar todas as suas obrigações.
Qual a importância desses conceitos para sua vida pessoal e empresarial?
Em muitos aspectos, é possível dizer que a gestão das finanças pessoais é bem similar à gestão empresarial. Um empreendedor possui a dupla função de manter sua vida pessoal e empresarial sempre organizadas.
De fato, essa não é uma meta simples, mas é preciso se esforçar. Além disso, apesar de a fórmula para se encontrar o patrimônio líquido ser simples, há de se tomar muito cuidado no momento de colocá-la em prática.
No contexto empresarial, para que o valor obtido seja o mais realista possível, é necessário que o empreendedor conheça a fundo suas finanças. É fundamental fazer o levantamento de todos os seus bens — assim como o valor de cada um deles — direitos e, claro, de suas obrigações.
Pode parecer simples, mas é nesse ponto que muitos gestores escorregam e acabam conduzindo o negócio com uma falsa impressão de que suas finanças estão sob controle. Com isso, acabam descobrindo mais tarde um rombo nas contas que, em muitos casos, é difícil de superar.
Na vida pessoal
No contexto pessoal, também não é diferente. Todos nós devemos conhecer nosso patrimônio e nossa real riqueza. Somente desse modo conseguimos determinar se estamos alcançando nossos objetivos profissionais e o quanto precisamos batalhar para alcançar a estabilidade financeira.
Entenda que um indivíduo que possua a incrível quantia de R$1 milhão em sua conta bancária, nem sempre pode ser considerado um milionário. Afinal, ele pode possuir ativos altos, que representem, por exemplo, R$500 mil. Desse modo, se o objetivo é se tornar milionário, podemos afirmar que ele está apenas na metade do caminho.
Quando calcular o seu patrimônio?
Conforme visto, conhecer o patrimônio e o patrimônio líquido de seu negócio é fundamental para alcançar a estabilidade e consiga se manter competitivo no mercado. Destaca-se que isso é relevante para qualquer porte de negócio. Mesmo as pequenas empresas devem se preocupar com esse conceito.
Mas, com qual frequência você deve fazer esse cálculo? De modo geral, o indicado é que o empreendedor estude suas finanças e faça esse cálculo a cada três meses. Esse é um prazo de segurança, capaz de evitar que problemas e excesso de passivos se prolonguem e levem o negócio à falência.
Executando essa estratégia dentro desse prazo, você terá mais segurança e conhecimento para tomar decisões e poderá avaliar como está sendo o progresso de seu negócio. Com a comparação entre os resultados durante o ano é possível, por exemplo, visualizar os períodos de maior crescimento e aqueles em que o negócio enfrentou dificuldades.
Na prática, como chegar a esse resultado?
Depois de todas as informações e dados apresentados, resolvemos finalizar este post com exemplos práticos de como esse conceito e cálculo podem ser incorporados ao dia a dia do seu negócio e à sua vida pessoal.
Para isso, separamos dois exemplos que simulam a realidade de uma família e de uma pequena empresa em fase de expansão. Continue com a leitura e veja como é fácil colocar em prática o que aprendeu ao longo do post!
Encontrando o patrimônio familiar
Nosso primeiro exemplo diz respeito à família do empreendedor, composta por ele, sua esposa e seus dois filhos. Com isso, após analisar todas as suas finanças, ele conseguiu identificar os seguintes ativos:
apartamento, avaliado em R$250 mil;
carro, com valor atual de R$40 mil;
R$ 28 mil depositado no FGTS;
R$ 12 mil de aplicações financeiras;
R$ 18 mil aplicados em previdência privada;
R$ 5 mil depositados na conta corrente;
R$ 9 mil depositados na conta poupança.
Continuando, nosso empreendedor anotou todos os passivos referentes à sua vida pessoal, a saber:
saldo de R$120 mil do financiamento do apartamento;
saldo de R$ 15 mil do financiamento do carro;
empréstimo bancário pessoal no valor de R$ 4 mil;
saldo devedor total no cartão de crédito de R$ 6 mil.
Fazendo os devidos cálculos, é possível perceber que ele possui um ativo total no valor de R$ 362 mil e um passivo total de R$ 145 mil. Com isso, é possível concluir que o patrimônio líquido dessa família é de R$ 217 mil.
Encontrando o patrimônio empresarial
O mesmo indivíduo citado no exemplo acima possui uma pequena empresa de manutenção de computadores. Como estava preocupado em mensurar seu patrimônio líquido, resolveu avaliar sua situação e encontrou os seguintes ativos e passivos:
Ativos
ponto comercial próprio, avaliado em R$200 mil;
computadores, avaliados em R$7 mil;
mesas e móveis de escritório, avaliados em R$ 4 mil;
estoque de peças, avaliado em R$ 12 mil;
contas a receber nos próximos meses, no valor total de R$ 10 mil;
dinheiro em conta bancária, no valor de R$ 7 mil.
Passivos
saldo de empréstimo empresarial para reforma no ponto de R$ 10 mil;
contas a pagar, no valor de R$ 3 mil;
contas referentes ao abastecimento do estoque de R$ 4 mil.
Com isso, a empresa possui um ativo de R$ 240 mil e um passivo de R$17 mil, possuindo um patrimônio líquido de R$ 223 mil. Ou seja, o negócio está bem equilibrado financeiramente e tem condições de se desenvolver de maneira planejada.
Saber o que é o patrimônio é essencial para a condução de um negócio. O conceito e o cálculo, conforme vimos ao longo deste material, são relativamente simples, mas proporcionam um nível de conhecimento muito grande ao empreendedor.
Por isso, caso você ainda não tenha esse dado em mãos, que tal perder um pouco do seu tempo e descobrir agora mesmo o valor do seu patrimônio? Com certeza, as informações e exemplos aqui apresentados são suficientes para você aplicar essa fórmula sem erros.